domingo, 5 de dezembro de 2010

Navalha


Voce o amou e sentiu o calor do verão e o encanto dos dias de inverno. Ouviu os pássaros cantarem e sentiu a lua como sua mãe. O ódio do seu coração se afastou e o amor até pouco dominava.

Ele iluminou teus olhos e a tua mão foi privilegiada por tocar a dele (voce pensou)
Voce sonhava à noite e também ao dia (todos eles). Sentiu-se feliz por ser amada, achou isso um dom divino.

E foi a pessoa mais feliz que existiu. O amor que tinhas era só dele e dele sua alma tornou-se escrava. E voce achou isso lindo.

O tempo passou e a cada dia maior era a ilusão e as estações mais belas. O inverno era quente e o verão mais ainda.

Rias por qualquer coisa e não ficavas triste por nada. Lágrimas? Ah, isso você ja havia esquecido o que era.

Voce não estava mais sozinha. Os homens que haviam passado não representavam mais nada.

Sentia-se quente e tudo era razão para pensar no único homem que existia para voce. Voce o via em tudo e ele era quente. Mas ele se foi e agora tudo que restava era o calor do seu sangue escorrendo sobre a navalha. Não havia mais razão para sorrir e estar viva.
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